sexta-feira, 5 de março de 2010

A experiência do silêncio

Um homem dirigiu-se a um convento de clausura, isto é, um convento onde se vive longe do ruído da cidade e num silêncio desejado. Perguntou a um desses monges:
- Onde aprendeis vós com a vossa vida de silêncio?
O monge estava a tirar água do poço. Disse ao seu visitante:

- Olha para o fundo do poço. Que vês lá dentro?
O homem olhou para dentro e disse:

- Não vejo nada. O monge ficou algum tempo sem se mover e no final disse ao visitante:
- Contempla agora. Que vês no fundo do poço?
O homem obedeceu e respondeu:

-Agora vejo-me a mim próprio: espelho-me na água.
O
monge concluiu:
- Vês? Quando eu mergulho o balde, a água fica agitada. Agora, pelo contrário, está tranquila.
É esta a experiência do silêncio: o Homem vê-se a si próprio
.

Pedro Ferreira



Esta foi a história que foi lida num momento de oração, em que participei esta semana. E nesta época em que faço o meu caminho quaresmal, não deixa de ser irónico esta história, neste momento de oração, neste preciso dia. A quaresma é tempo de mudança, é tempo de reflexão, de nos olharmos o mais fundo possível e percebermos o que devemos fazer para viver mais e melhor este caminho para a Ressurreição!
Esta tem sido uma fase particularmente difícil na minha caminhada... E com esta história, fui confrontada com a seguinte questão: " Ao olhar-me na água do poço, o que quero mudar em mim? "
É difícil encontrar uma resposta, principalmente porque acho que há muita coisa que eu preciso de mudar, mas uma coisa é aquilo que eu preciso mudar, outra coisa é o que eu quero mudar mudar e ainda outra, é o que eu consigo mudar em mim...
O caminho da mudança não é nada fácil!
O confronto inicial com aquilo que não é tão bom em mim, nem para mim, é uma luta interior que insisto em fazer sozinha... Começo a construir a minha muralha (como alguns lhe chamam...) e divago dias, semanas, talvez meses sobre o que sou, quem sou, como sou...
Que o CAMINHO que faço nesta Quaresma me ajude a encontrar as respostas que preciso e a enfrentar as minhas próprias lutas com serenidade e calma.


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