Recordações

A vida também é feita de recordações....
Coloco aqui algumas das minhas....

A minha família durante o mês de Agosto de 2010.
Com eles, vivi o mês de missão em Chapadinha.
Juntos sorrimos, chorámos, escutámos, demos as mãos,
discutimos e fizemos as pazes.

A família JP2 com o Pe Neves

Um dos meios de transporte
mais usados em Chapadinha!

O menino com a camisola verde é o Admir,
os outros sao os irmãos mais novos.
O Admir é uma criança muito calada, tímido,
poucos eram os sorrisos que lhe consegui "roubar" no inicio.
Mas a vida esta a encarregar-se de o fazer crescer a ele
e aos irmãos, talvez um pouco rápido demais para a idade que têm.

Esta foi a mulher que mais me marcou.
Chama-se Elayne tem estes 3 filhos,
mas o marido obriga-a a entregar-lhe todo o dinheiro
que recebe do subsídio da família e não lhe dá dinheiro para nada...
O marido envolve-se com prostitutas,
ela sabe e os filhos também, mas ainda assim, permanece ao lado dele!

A declaração de amor do Lucas.
O Lucas é um jovem do bairro do Areal,
que reencontrou a alegria de viver passo a passo com Jesus.

O Lucas tem duas irmãs, a Lorena e a Larissa.

Eu a Ângela numa das muitas viagens de jipe...

Eu a dar aulas de viola nas tardes de 3ª e 5ª feira.
Este é sempre um desafio.

Em Brejo, na ordenação do novo bispo da diocese.
Porque tudo na vida tem altos e baixos,
este foi para mim, um dos dias mais difíceis da missão...
Nem sempre é fácil, gerir todas as emoções que vivemos durante este mês.

Para não variar, levei de novo a minha viola...
Quantas vezes me refugiei no canto, aos pés de Jesus?
Muitas vezes rezei, cantando....

Coincidências

As coincidências existem mesmo?!
Nos últimos tempos tenho feito esta pergunta muitas vezes a mim própria!
A minha cabeça é um turbilhão de pensamentos e de sentimentos que na maioria das vezes se confrontam e se contradizem...
Têm sido muitas as situações que me fazem pensar que algo se passa, algo que eu não sei o que é, que não consigo perceber, que avalio apenas por aquilo que vou vendo, mas que ao mesmo tempo me magoa e me faz afastar.
Mas serão coincidências?
Ou tudo acontece tal e qual como estou a ver?
Sinto-me à parte...
À parte dos sorrisos, dos carinhos e dos abraços.
À parte da amizade, do companheirismo e do cuidado.
À parte daquilo que é falado e discutido...
Mas a pergunta mantém-se....
Serão apenas coincidências?

Do Teu Deus

Hoje encontrei no meio na minha Bíblia, um cartão que me fez recuar no tempo.
No remetente dizia: "Do teu Deus"
Dizia-me ele então: "Esta aventura especial está a ser difícil, mas não feches o teu coração, assim conheçemo-nos!
Tens muito tempo pela frente, este é tão nosso.
Amo-Te muito".
"O coração do homem dispõe o seu caminho, mas é o Senhor quem dirige os seus passos."
Gosto muito de ti. Sorriu para ti, num abraço forte só nosso.


Este cartão, Deus fê-lo chegar até mim, pelas mãos da minha grande mana Ida.
Muitas vezes ela é a boca, as mãos e os braços deste meu Deus, que sempre a coloca no meu caminho quando eu mais preciso.

Deixo-me ir

Dá-me o teu abraço...
Aconchega-me com o teu calor....
Faz-me sentir protegida, querida e amada....
Não me deixes fugir...
Varre estes pensamentos da minha cabeça...
Amarra-me à tua corda
e quando eu mais precisar
puxa com toda a tua força!
Porque daqui dependerá, se me perdes ou se me apanhas....
O meu barco já anda à deriva!
O rumo não esta definido...
Posso ir para qualquer lado!
A corrente leva-me para longe de ti,
e eu deixo-me ir...

Balada do Desajeitado

Sei de alguém
Por demais envergonhado
Que por ser tão desajeitado
Nunca foi capaz de falar
Só que hoje
Viu o tempo que perdeu
Sabes esse alguém sou eu
E agora eu vou-te contar
Sabes lá
O que é que eu tenho passado
Estou sempre a fazer-te sinais
E tu não me tens ligado
E aqui estou eu
A ver o tempo a passar
A ver se chega o tempo
De haver tempo para te falar


Eu não sei
O que é que te hei-de dar
Nem te sei
Inventar frases bonitas
Mas aprendi uma ontem
Só que já me esqueci
Então olha gosto muito de ti


Podes crer
Que à noite o sono é ligeiro
Fico á espera o dia inteiro
Para poder desabafar
Mas como sempre
Chega a hora da verdade
E falta-me o á vontade
Acabo por me calar
Falta-me jeito
Ponho-me a escrever e rasgo
Cada vez a tremer mais
E às vezes até me engasgo
Nada a fazer
É por isso que eu te conto
É tarde para não dizer
Digo como sei e pronto

(Quadrilha)

Testemunho do mês de Missão

Esta foi a terceira vez que estive em Chapadinha....
Como foi bom regressar, rever amigos, voltar a sentir os abraços de carinho e amor de toda aquela gente!
Senti que regressar a Chapadinha é regressar a uma terra que já sinto como minha e nunca como este ano, isto fez tanto sentido para mim!
O Grupo Missionário João Paulo II trabalhou com a comunidade do bairro Areal, um bairro que para além de ser o maior da cidade, é também o que tem mais problemas sociais. Nas visitas porta-a-porta que o grupo fez diariamente, podemos ver que muitas das pessoas que vivem neste bairro têm problemas com droga e álcool, sendo que na sua grande maioria são jovens.
Outro trabalho que fiz foi dar aulas de viola, um desafio que apesar de já não ser novo, tem sempre novidade, porque nunca sei que crianças vou encontrar... Mais uma vez tive a difícil tarefa de dar aulas a crianças que não tinham uma viola para tocarem em casa. Muitas vezes eu própria me questionava se era importante elas terem ou não viola? Cheguei à conclusão que não... O importante era elas estarem ocupadas, com algo que lhes fosse agradável, onde pudessem aprender alguma coisa e que as tirassem das ruas do bairro.
Marcou-me muito a passagem por este bairro, por um lado, pela violência com que algumas crianças eram tratadas, sem qualquer tipo de protecção, pela perda da dignidade da mulher, pela pobreza extrema que vi nalgumas casas onde entrei; por outro lado quando a mim me parecia que já não havia qualquer motivo para haver esperança, surgia pela porta uma criança com um sorriso enorme estampado no rosto, querendo brincar comigo. Só Deus pode actuar em todas estas pessoas, dando-lhes força para continuarem a lutar, ainda que à sua maneira!
Regresso a Portugal com a certeza de que em nenhum outro ano me custou tanto deixar Chapadinha como este ano. Há tanto para fazer, para trabalhar com aquele povo... Sem dúvida que o meu coração ficou em Chapadinha e todos os dias penso e rezo por todos aqueles que se cruzaram comigo!

Susana Marques

Deixo-vos alguns sorrisos de esperança....

Diz-me que me amas...

Quantas vezes precisamos de ouvir alguém dizer que gosta de nós, que nos ama tal como somos, com os nossos defeitos, qualidades, limitações...?
Por vezes achamos que conhecemos tão bem as pessoas e que elas já sabem que gostamos tanto delas, que já nem vale a pena dizê-lo.... Acomodamo-nos, porque partimos do principio de que o amor que nos é dado por alguém, é seguro, estará sempre lá, e que nao necessita de ser renovado....
Nunca é demais ir dizendo às pessoas que nos são especiais, o quanto as amamos e o quanto elas são importantes para nós!
Porque é que temos medo das palavras?
Quando num simples abraço pode começar a mais bonita declaração de amor...